sexta-feira, 3 de abril de 2009

Questões Pertinentes a Analisar



1. Será a idade factor único para se estabelecer, aquando se atinge a maturidade (estabilidade) cognitiva?

2. Como há muito foi dito por Epicteto, «só a educação liberta», ou mais recentemente o filósofo Francis Bacon, «o homem é aquilo que sabe», qual a importância ou obrigação de nós como educadores de incutirmos a necessidade de formação ao longo da vida?

3. Qual a associação entre as diferentes cognições, conhecimentos parentais, autopercepções parentais e atribuições de casualidade para o sucesso e o fracasso nas actividades parentais e entre estas e determinadas variáveis sóciodemográficas?

4. Estarão os formadores\professores, munidos com as ferramentas necessárias, para contribuir no desenvolvimento das crianças e ou ajudar a superar eventuais défices, como por exemplo entre o indivíduo e o meio ambiente?

5. De que modo a investigação e sua posterior publicação da teoria do desenvolvimento de Jean Piaget, alterou as correntes de pensamento na Educação?

Desenvolvimento Humano



  • Após investigação e leitura de diversos manuais, resumos e publicações, para a abordagem, de forma resumida, do tema «Desenvolvimento Humano», urge fazer-se uma breve passagem pela teoria de Charles Darwin (12 Fevereiro 1809 - 19 Abril 1882), centrando-me nas teorias de Jean Piaget (9 Agosto 1809 - 16 Setembro 1980), pois julgo ser a corrente mais adequada para o tema em causa.

  • Sendo Charles Darwin um apaixonado pelas ciências naturais, iniciou uma viagem com a duração de 5 anos, como naturalista num navio à volta do mundo. Atencioso e meticuloso, Darwin analisou até à exaustão os dados por ele recolhidos nessa viagem, por mais de 20 anos, publicando a 24 de Novembro de 1959, as suas primeiras conclusões, no livro «A ORIGEM DAS ESPÉCIES», contradizendo a Bíblia, afirmando que a Terra teria milhares de anos e todas as espécies divergiam de um mesmo organismo, incluindo a raça humana, ao contrário do transcrito pela Bíblia, onde o humano teria sido feito pelo Criador.
  • Fundamentou estas teorias com a constante mutação, ao longo do tempo, causada pela adaptação das espécies ao ambiente circundante, apoiado nas inúmeras observações efectuadas. Cauteloso, dá apenas a entender que o humano derivava do mesmo antepassado que o símio, mas só no seu seguinte livro, o afirma, o que apesar de ter sido aceite pela maioria, era algo que ninguém gostava de afirmar, pois seria desprestigiante à raça humana.
  • Por todo o exposto, o mais relevante para o tema, o da educação, depreende-se que as espécies e o ambiente circundante seleccionam os mais fortes e resistentes, de forma a sobreviverem às alterações do ambiente circundante, ou seja, existe uma transmissão genética de geração em geração, mas desde o nascimento à morte, a espécie continua a sofrer constantes mutações, desenvolvendo-se ao longo dos séculos.
  • Explicando por exemplo, os conhecimentos inatos dum recém-nascido, ao saber chorar ou reconhecer a dor, quando o médico lhe dá uma palmada, de forma a libertar as vias respiratórias e seu desenvolvimento cognitivo, como a fala, adquirido ao longo da sua aprendizagem, seja esta transmitida pelos seus pais, mas também o seu ambiente circundante, seja esse físico ou social, como a televisão, questão a ser desenvolvida posteriormente em pormenor.
  • Jean Piaget, apesar de dirigir o seu estudo especialmente ao desenvolvimento da criança, e de ao longo de 70 anos e mais de 50 livros e monografias, não era seu objectivo entrar no campo da educação, mas sim na Biologia, Filosofia, Psicologia, Lógica, entre outros, tendo como principal preocupação o estudo dos processos de pensamento, da infância até à idade adulta.
  • Com uma visão interacionista, onde junta elementos de outra correntes de pensamento, como a psicanálise que centra os seus estudos nos processos emocionais e irracionais, e o behaviorismo, pondo de parte as características individuais, afirma que todo o desenvolvimento era proveniente da aprendizagem, que poderiam ser motivados pelo estímulo ambiental, Piaget na sua teoria, demonstra que o humano através da contínua interacção, procura descobrir o sentido do mundo, construindo estruturas mentais e adquirindo novos modos de funcionamento dessas estruturas, sistematizando as suas ideias num todo coerente.
  • Tendo a teoria como principais conceitos, a hereditariedade, onde e de acordo com Darwin, o indivíduo herda geneticamente, não a inteligência, mas sim as ferramentas para a desenvolver em contacto com o meio ambiente, a adaptação, que é o processo que envolve a acomodação como a assimilação, criando o desenvolvimento do indivíduo, conseguindo mais competências cognitivas, possibilitando a resolução de situações do dia-a-dia, o esquema que a partir das ferramentas biológicas herdadas, se formam as estruturas com a finalidade de organizar as diversas sensações e estados internos desconhecidos, e o equilíbrio para a sobrevivência o organismo busca um estado de equilíbrio, se houver um desequilíbrio este volta ao estado anterior de equilíbrio.
  • Posto isto, Piaget estabeleceu quatro períodos no processo evolutivo, que passo a enumerar de seguida, são eles, 1º Sensório Motor (0 a 2 anos); 2º Pré-operatório (2 a 7 anos); 3º Operações Concretas (7 a 11 ou 12 anos); e por ultimo o 4º Operações Formais (11 ou 12 anos em diante), esses transitados por todo o indivíduo, em função das suas características biológicas e no estímulo ou ausência do mesmo pelo meio ambiente.

  • Em suma, podemos concluir que o desenvolvimento humano está presente em todas as fases da vida, desde o nascimento através de conhecimentos inatos, a aprendizagem de como andar, falar a solucionar problemas matemáticos, até à morte e nós, como educadores e formadores, temos de incentivar os nossos alunos a não esquecerem a necessidade da contínua formação e aprendizagem, de forma a se conhecerem melhor e conseguirem superar as dificuldades do dia-a-dia e, talvez o mais difícil, conseguir minimizar o deficiente ambiente circundante, que hoje se apresenta mais frequentemente, também sensibilizar e auxiliar os pais através da transmissão de conhecimentos e ferramentas, de forma a reforçarem o apoio parental adequado e assim conseguimos um melhor ensino e eficaz, pois estamos a formar as gerações do futuro.

  • Bibliografia:


http://www.revistasusp.sibi.usp.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=s0104-12822007000100011&Ing=es&nrm=iso

http://www.unicamp.br/iel/site/alunos/publicacoes/textos/d00005.htm

Rappaport,C. (1981).Psicologia do Desenvolvimento.S.Paulo:EPU.(4 vol.)

Henry Gleitman. Psicologia. Fundação Calouste Gulbenkian, trad. vários, Lisboa (Cap. 13 e 14)

Senso Comum




  • De forma a facilitar e expor, a relação entre o senso comun e o desenvolvimento humano, irei utilizar o provérbio abaixo descrito.

«No trabalho e experiência, aprendeu o homem a ciência»


  • Provérbio este popular, mas sábio. Foi, de facto, do esforço e da necessidade que o ser humano sentiu urgente, a busca constante de mais conhecimentos.
  • A experiência adquirida ao longo do seu percurs, seja ele académico ou ambiental, vai ao encontro da necessidade de investigação, essa que se torna numa ciência. Ao tomar as rédeas da aprendizagem, qualquer aprendente põe em prática os ensinamentos adquiridos.
  • Tomando a formação profissional como exemplo, onde os alunos adquirem os conhecimentos transmitidos pelos seus formadores no decorrer das aulas, sejam elas teóricas ou práticas, estes põem em prática as competências físicas, sociais e psicológicas, necessárias para a resolução das situações do dia-a-dia.
  • Desenvolvendo assim as suas capacidades cognitivas, num futuro contexto de trabalho, poderão aperfeiçoá-las, com a aplicação desses conhecimentos e com a influência do meio ambiente, reforçando experiências e saberes.
  • Todos os conhecimentos adquiridos ao longo de uma formação profissional serão postos em prática num estágio já previsto. É nesta fase que os aprendentes revelam a sua aprendizagem, na medida em que podem fazer sozinhos, mas monitorizados, todos os conteúdos que foram leccionados. Muitas vezes são os que piores prestações intelectuais demonstraram, que se revelam os melhores trabalhadores. Este tipo de situações surge não raras vezes.
  • No seguimento do que foi exposto, posso ainda acrescentar que uma das medidas a ser posta em prática pelos agentes que regulam os referenciais, programas de ensino e conteúdos de aprendizagem, vão levar a cabo a medida de alargamento de estágio, em detrimento do tempo de aprendizagem teórica.
  • Quer-se, então, com esta medida reduzir a matéria, alargar horizontes laborais e promover o ensino através do "saber fazer".
  • Os conhecimentos dados pela ciência são a mola que impulsiona toda a aquisição de qualquer tipo de aprendizagem, uma vez que sem esta o senso comum também, só por si, não pode vigorar. Os dois - senso comum e ciência, entenda-se - têm de andar lado a lado ao longo de todo este processo.
  • Em suma e de acordo com o exposto, seja o consenso na necessidade e importância nos estágios, esses uma mais-valia para o desenvolvimento individual, ou o aumento das horas de práticas em contexto de trabalho, nos referenciais de formação, estas vão ao encontro do provérbio acima transcrito, comprovando assim a presença do senso comum, utilizado na maioria dos ditados e provérbios populares em todo o mundo, aplicando a sabedoria ou seja os conhecimentos adquiridos ao longo da vida, influenciados pelo meio circundante e pela interacção social. Para concluir e por achar relevante para o tema, transcrevo um outro ditado, apoiando o exposto neste texto.

«ouço esqueço; vejo lembro; faço aprendo»

  • Bibliografia

http://provérbios.aborla.net/pesquisa/trabalho